25 July, 2005

Sobre o círculo e a cruz, avançando

Acabo de receber de Bernardo, meu recente ex-aluno, contribuição sobre a questão da imanência da círculo e da cruz.

Vejam nossa correspondência:

"Meu nome é Bernardo. Fui seu aluno de Linguagem Gráfica da ECO este ano.

Na semana passada comecei a ler um livro: A Ortodoxia de G. K. Chesterton. Há uma parte que fala sobre a expressão da cruz e do círculo, que achei interessante para o seu estudo. Vou transcrevê-la:

"Pois o círculo é perfeito e infinito em sua natureza, mas está fixo para sempre no seu tamanho e nunca poderia ser maior ou menor. Mas a cruz, embora tenha no centro uma colisão e uma contradição, pode estender os seus quatro braços para a eternidade, sem alterar sua forma. Porque tem um paradoxo em seu centro, pode crescer sem mudar. O círculo gira sobre si mesmo e é limitado; a cruz abre os seus braços aos quatro ventos e é como um poste indicador para os viajantes livres."

Não sei se o senhor concorda com isso... talvez sobre o círculo poderia haver questionamento.

O livro, além disso, pelo menos nos dois primeiros capítulos, mostra um ataque aos racionalistas e idealistas, que são "nimigos" comuns da ortodoxia católica e do que o senhor defende, uma vez que vão contra a lei natural e uma ordem intrínseca relativa à expressão da Vida (desculpe se não for bem isso). O autor não usa da Revelação para a sua argumentação, por isso que pode haver harmonia com o seu pensamento.
(...)

Sem mais,
Bernardo.

Minha resposta:

Querido Bernardo, fico muito feliz com o seu contato, sua contribuição para o meu trabalho, sua abertura de diálogo extra-classe. Quero sim conhecer este livro e incluí-lo em minhas leituras. Concordo com o autor nesta citação específica, na medida em que realmente o círculo tem este caráter estável. E com o que fala da cruz, pois em seu desdobramento de vórtice (lembra do que falamos da suástica apropriada pelo iiireich ?), é a força de configuração, neste sentido de ação no mundo. É por isto que divido a história da humanidade em três fases: a do círculo (a do mito), a da reta (a do patriarcalismo) e a da espiral (a da harmonia entre o Feminino e o Masculino), que começa a existir a partir do séc. XX como uma possibilidade.
Luz, amor e alegria,
Evandro

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