25 July, 2005

Mesmo depois do engano, polícia britânica defende ação de "atirar para matar"

Até quando vamos aceitar que a barbárie pulse em nossa mente e ali-mente a barbárie vigente? Vejam que insanidade, e como a presença da insanidade vem se ampliando! (Evandro):

Pais do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes mostram fotos
do filho morto por engano pela polícia britânica
Por Katherine Baldwin

LONDRES (Reuters) - A polícia britânica defendeu neste
domingo a política de atirar para matar suspeitos de serem
homens-bomba, depois de ter matado por engano um eletricista
brasileiro durante a caçada pelos autores de ataques em
Londres.

O Brasil exigiu explicações da Grã-Bretanha depois que a
polícia matou Jean Charles de Menezes, de 27 anos, em uma
estação de trem no sul de Londres.

"Acho que estamos muito confortáveis (na posição) de que a
política está certa, mas é claro que são tempos muito
difíceis", disse o comissário da Polícia Metropolitana, Ian
Blair, ao canal de televisão Sky.

Questionado se as instruções eram de atirar para matar em
caso de suspeita de homem-bomba, ele disse: "Correto. Elas têm
que ser assim".

"Ainda está acontecendo, ainda há policiais tendo que fazer
esses chamados enquanto falamos... Outra pessoa poderia ser
atingida", acrescentou.

A polícia foi elogiada pelo trabalho depois dos ataques em
Londres, mas a morte de um inocente provocou preocupações em
relação aos direitos humanos.

Líderes muçulmanos temem que membros da comunidade sejam
alvo de ações, depois que a polícia identificou os homens-bomba
de 7 de julho como britânicos muçulmanos.

"Dar permissão para pessoas atirarem para matar assim, com
base em suspeita, é muito assustador", disse Azzam Tamimi, da
Associação Muçulmana da Grã-Bretanha."

O ex-chefe da polícia de Londres John Stevens escreveu no
jornal News of the World que enviou equipes para Israel a para
outros países atingidos por ataques suicidas para treiná-los no
combate a esses ataques.

FAMÍLIA DO BRASILEIRO

Blair disse que Menezes saiu de um bloco de apartamentos no
sul de Londres que estava sendo vigiado em conexão com os
ataques de quinta-feira e recusou as ordens da polícia para
parar. Ele pediu desculpas aos parentes da vítima.

Alex Pereira, primo de Menezes, disse à televisão BBC:
"Eles tinham que matar alguém para mostrar para toda a
população que estão trabalhando e tornando o país seguro".

"Eu peço para as pessoas perguntarem à Polícia
Metropolitana e a Tony Blair e a todos os responsáveis por
isso: \\\'que tipo de trabalho estão fazendo?"\\\'

A polícia britânica ainda não encontrou uma ligação entre
as tentativas de ataque da última quinta-feira e as explosões
de 7 de julho, apesar das similaridades.

Segundo a mídia britânica, dois dos homens-bomba de 7 de
julho participaram do mesmo passeio de barco em um rio de Gales
que alguns dos suspeitos de 21 de julho.

A afirmação tem base em evidências encontradas nas mochilas
deixadas na última quinta-feira. Detetives acreditam que a
viagem pode ter sido usada como exercício, disseram fontes
citadas na mídia.

O grupo Brigadas Abu Hafs al-Masri, que afirma ser ligado à
Al Qaeda, disse ser responsável pelos ataques em Londres e
pelas tentativas da última quinta-feira. Mas especialistas em
segurança da Europa duvidaram das alegações do grupo em ataques
anteriores.

Fonte: Reuters

http://www.pop.com.br/popnews/noticias/mundo/23517.html

Para o pensador, o fato mais trágico da revolução francesa não foi o de que Maria Antonieta tenha sido morta por ser rainha, mas que os camponeses famintos da Vendée tivessem concordado em morrer defendendo a causa do feudalismo. (Oscar Wilde em "A Alma do Homem Sob o Socialismo", de 1891)

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